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Carta para Ana
Os Fundamentos do Amor e da Amizade

“ O amor não é por causa da beleza de um corpo, mas por causa da Beleza em si, eterna, imutável, que não nasce nem perece. ”
(Platão)


"Deus é amor."
(São João Paulo II)

 
Q

uerida Ana 

 

Permita-me o “Querida”   (1) pois, se comparado àquilo que aprendi por tua causa, tenho plena consciência de que não passo de um mísero presbiotrovador (2).
Eu era um alegre cantante que caminhava ao teu encontro sem saber que, depois de te conhecer, abraçar e amar, tu serias capaz de mudar – para sempre – meu entendimento daquilo que convencionou-se chamar de “capacidade de amar” ou, mais simplesmente “amor”. Cantante, pois, como um bobo da corte, nada mais fazia do que reproduzir ideias de ser sem razão; pensando ser alguém coerente, reproduzia comportamentos – hoje reconheço – sem vida; pensando ser alguém na vida, em verdade eu era apenas mais um indivíduo da espécie humana.
Mal poderia imaginar que naquela tarde, sob os teus cuidados seria capaz de revolucionar minha capacidade de amar...

 

Atração

Enquanto sujeito claramente definido, um ser humano se comunica com outro ser humano inicialmente pelo contato sensitivo (ela é bela; ele é forte), mas, rapidamente, esta comunicação pode evoluir para esferas mais ‘superiores’ de cada uma delas (Você está bem; está tudo bem mesmo? Não estou; como você percebeu?) estabelecendo uma comunicação onde já estão presentes elementos afetivo-emocionais.
Se esse encontro for abençoado por Zeus e regido por Afrodite, pode acontecer que em um deles surja a vontade e a ‘coragem’ de elevar o clima erótico que, nessa etapa do encontro, já teria surgido de forma inconsciente ou até consciente em ambos. (3)
Isto equivale a elevar o Eros de cada um dos envolvidos no encontro do nível puramente dos sentidos para um nível superior, o psicológico. Nas palavras de Platão: a elevação de Eros do nível Físico – amor por um corpo – para o Eros do nível Celestial – amor por uma alma.
Devemos notar que esse encontro ocorre entre pessoas, isto é, seres dotados de razão, que têm suas vontades, seus sentimentos, uma plenitude única e individual e também de uma particular perfeição (4).
Lembrando que tender para o Mal [cf. (Maximino, 2023)] é “contrário à natureza racional típica dos seres humanos” (Wojtyla, 2020), tratar pessoas como coisas, ou seja, como seres desprovidos de razão, é o mesmo que tratá-los como objetos inanimados; é trabalhar a favor do Mal e,também, contra a humanidade,  seja a daqueles que objetifico através dos meus atos, seja a contra minha própria humanidade.  
Isso também se aplica a todo comportamento que faz usar um outro ser humano como meio ou objeto a fim de obter o máximo de algo (prazer, p. ex.) somente para mim, pois reduz tanto o sujeito como o objeto da ação a uma condição existencial inferior, à condição de objeto.

 

E, minha Querida, era exatamente isso que, inconscientemente e na melhor das intenções, eu fazia com todas as mulheres. Até me encontrar contigo, pois este encontro mudaria tudo em mim.

 


Afeto

“ Toda pessoa é, por sua própria natureza, capaz de definir os próprios fins. Tratando-a unicamente como um meio, atenta-se contra sua própria essência, contra o que constitui seu direito natural. ” (Wojtyla, 2020)
A atração por alguém não consiste só no fato de pensarmos em determinada pessoa como um bem, mas também em darmos a essa pessoa um significado de valor.

O afeto nasce como uma resposta (sentimento, pensamento ou comportamento) fruto da consciência desse bem, à percepção dessa qualidade; cria condições favoráveis para o surgimento de sentimentos positivos em relação a esse Outro.
Os sentimentos que poderão daí emergir são as reações emotivo-afetivas que ocorrem em cada indivíduo, decorrentes da consciência e da significação da atração que cada um deles atribui ao outro; nascem de modo espontâneo.
Por isso, a atenção e o carinho por uma determinada pessoa podem surgir espontaneamente e de modo inesperado. Essa reação, no fundo ‘cega’ nos gera uma necessidade interior de captar a essência dos sentimentos do Outro; a ‘verdade’ do Outro; e isso é função insubstituível da razão.
Essa busca através do pensamento consciente sobre essa pessoa agora identificada como um valor para o Eu poderá criar condições para o surgimento do ‘meu-amor’ por ela.
Caso esse ‘meu-amor’, isto é, minha verdade consciente acerca desse outro ser – quiçá já por mim ‘amado’ – encontre no ‘amor-do-outro’ reciprocidade, então, a síntese dessas duas verdades criará as condições favoráveis para surgimento de um amor genuíno entre ambos.
Mas isso somente ocorrerá caso estas pessoas não vejam um ao outro como um meio para o atingimento de objetivos puramente egoístas; caso tenham a tendência de agir em prol do outro e não unicamente em benefício próprio.

Foi assim, Querida Ana, que descobri, através do teu olhar, do teu toque e do teu beijo, que eu poderia experimentar uma nova forma de amar – que, até então, me era desconhecida – qual seja, a de viver um amor já não mais baseado no meu bem querer, meus sonhos e meus objetivos (ainda que benevolentes), mas viver o “nosso-amor-possível”. E, para tanto, eu teria que conhecer você em profundidade para aprender a te amar sem te pressionar com meu sentimento amoroso por você; compreender a tua personalidade, teus gostos, teus medos, tuas oscilações, e, principalmente, teus limites.


 

Amor

O amor é formado nas profundidades do psiquismo de duas pessoas que identificam um ao outro como um bem, um semelhante que contém um valor. (5)
Esta mulher pode facilmente parecer um bem para este homem e vice-versa, e, movidos inicialmente pelo impulso sexual e pelo gosto individual de cada um, tenderão à aproximação. Trata-se de uma força da Natureza que atua em ambas as pessoas envolvidas no encontro e que, por isso, exige a esse nível (pessoal) ser elevada.
“O amor é a realização mais completa das possibilidades de um ser humano. É a máxima atualização da potencialidade intrínseca da pessoa. Esta encontra no amor a maior plenitude do seu ser, da sua existência objetiva. O amor é o ato que mais completa a existência da pessoa. ” (Wojtyla, 2020)
Não amar significa escolher viver uma vida menor; é “abdicar de algo que é literalmente uma necessidade humana: o calor de outro ser humano [pois] relações sociais de qualidade são o fator mais importante para o bem-estar humano; está, inclusive associado à saúde [física] dos indivíduos”. [(Barros Fillho, 2017) colchetes meus]
E é exatamente essa atitude de reconhecer a existência e respeitar o outro como uma pessoa – ou seja, do mesmo modo como me identifico e me respeito – que compõe o ingrediente principal de um amor genuíno; este um amor nascente.

Nosso-amor

Fruto da síntese de dois amores nascentes, (o ’meu-amor’ e o ‘teu-amor’) naturalmente surge uma terceira entidade, esta abstrata: o ‘Nosso-amor’ – ou simplesmente Amor.
Amor é a síntese do amor consciente de duas pessoas. Inclui, portanto a componente ”razão”. Em outras palavras, nasce na interseção do Eu com o Tu, criando condições favoráveis que  surja um Nós. Para ser ‘nosso-amor’, não basta desejar a pessoa como um bem para si mesmo, é preciso, além disso e sobretudo, querer o Bem para ela. (cf. Wojtyla, 2020 e Maximino, 2023).
Esse é o amor mais puro; um amor que aperfeiçoa ao máximo tanto a pessoa que ama como a pessoa que é amada pois está orientado para o Bem.
Assim, Querida Ana, mesmo gostando de você de modo não coincidente, querer o teu aperfeiçoamento, o pleno desenvolvimento das tuas potencialidades na direção da tua plena felicidade, então vale a pena esse Meu-amor pois, se houver uma, e apenas uma só, evolução da tua parte que tenha sido obtida através de mim, isto já me será motivo de grande alegria.


“ – Gosto muito de você, de uma maneira diferente daquela que você gosta de mim. ”

Caso particular do Encontro (5), a essência do Amor exige reciprocidade: sendo amor genuíno, não existe a possibilidade de um amor para o Outro, mas somente um amor entre duas pessoas.
Pessoas diferentes podem amar de maneiras diferentes: aquelas que têm um amor baseado em Eros (7) tendem a se apaixonar à primeira vista, ao passo que aquelas que têm um estilo baseado em Etorge (7) irão se apaixonar gradualmente, através do convívio.

No Encontro de uma pessoa do tipo “Eros” com uma pessoa do tipo “Etroge”pode acontecer que surja o amor-nascente, mas o descompasso entre as expectativas de cada uma, poderá leva-las concluir erroneamente que não se amam quando, na verdade, já existe o amor entre elas, mas que se manifesta de forma diferente. [cf. (Amélio, 2001)]
Podemos concluir, que o amor é um termo utilizado para nomear “um grupo de sentimentos, ações e padrões de pensamentos que, embora relacionados, são bastante diversificados [...] ao que tudo indica, existem vários tipos de amor.” (Amélio, 2001)
Já no Amor é diferente: este não reside naquele que ama nem naquele que é amado porque, se fosse assim, teríamos, por fundamento, dois amores; por natureza, não é unilateral, é interpessoal. É uma força que liga e une e sua natureza é contrária à divisão e ao isolamento.
Quando surge Amor na vivência de duas pessoas, o caminho da reciprocidade não só passará pelo livre-arbítrio daquele que ama, mas, por ser fundado no respeito que nutre pelo Outro, obrigatoriamente passará pelo reconhecimento e consideração do livre-arbítrio da pessoa amada.

Reciprocidade

“ A reciprocidade depende essencialmente daquilo que as pessoas envolvidas nela incluem.” (Aristóteles, 2007)

Segundo Aristóteles (384-322 a.C.) se o bem sobre o qual a reciprocidade se funda é um bem verdadeiro e honesto, a reciprocidade será profunda, madura e quase inabalável. Se, pelo contrário, tiver sua origem em ‘levar vantagem’, ‘usar o Outro’, ou ‘obter do Outro o maior prazer pelo menor custo’, esta reciprocidade será superficial e instável.
Se a contribuição de cada pessoa ao amor recíproco (Nosso-amor) é o seu amor dotado de valor moral, integral, fundamentado no reconhecimento das suas forças e virtudes, então a reciprocidade adquire o caráter de estabilidade, de certeza e gera segurança psicológica em ambos.

Meu amor não me ama como eu amo

Mas pode acontecer o contrário: um desejo amoroso (meu-amor) não encontrar retorno equivalente.

Devido a uma infinidade de outras possibilidades, dente elas, simplesmente porque o amado não gostou daquele que o ama; pelo egoísmo do amado; porque aquele que é amado vê as outras pessoas como meios que usa para levar vantagens (psicopatia)  etc.
Ou ainda como decorrência da presença das limitações individuais (muitas delas inconscientes) dos envolvidos na situação:  dada a força que, repentinamente se apresenta no aparelho psíquico de ambos os envolvidos, não raras vezes, o amor genuíno assusta, gera medo, tanto em quem ama quanto naquele que é amado. Isso pode, no primeiro momento, gerar hesitação, titubeio: quando estou longe, sinto que amo; quando chego perto o amor desaparece.
Também pode ocorrer que, na contrapartida, pelo fato daquele que é amado não ser capaz de reconhecer seu valor, ou ter sua autoestima tão prejudicada que, mesmo estando diante do seu próprio amor, sente dúvidas que podem ir desde a reciprocidade até a possibilidade que sua vida lhe dá de viver um amor genuíno: não mereço!; ele(a) é demais para mim!; como pode gostar de alguém como eu? etc.
Nestes casos surgirá naquele que vivencia o amor livre e desinpedido a dor-do-coração-partido, frequentemente vivenciada como uma dor física, pois no cérebro humano, ocorre ativação as mesmas regiões encefálicas responsáveis pela dor física [cf. Calabrez in (Barros Fillho, 2017)]

Seja pelo motivo que for, quando desprovido da reciprocidade, o amor do Eu percorrerá uma via de mão única na direção e sentido do Outro e isso irá gerar dor e frustração naquele que realmente ama.
Para que surja a gratificação e segurança psicológica, o Outro precisa dar a contribuição dele à relação.
Poder crer integralmente no Outro, poder pensar nele como um amigo que não irá desiludir é, para aquele que ama, uma fonte perene de paz e de alegria. Se, pelo contrário, o que uma, outra ou ambas as pessoas aportarem ao amor unicamente ou sobretudo a concupiscência orientada para a busca de prazer e /ou para a obtenção de algum tipo de “vantagem”, então a reciprocidade será composta de desconfiança e ciúme, que é medo da perda.

E foi assim, minha Querida, que chegamos ao ponto de inflexão do nosso encontro

Depois do Encontro

Sendo o Amor um caso particular do Encontro, o que pode acontecer a duas pessoas que se encontraram, mas não se amaram?

A palavra “simpatia” é de origem grega e significa “sentir junto com”. A composição desta palavra indica dois elementos que fazem parte desse sentimento:  o prefixo syn (junto com) e da raiz pathein (padecer). Portanto, a palavra designa “aquilo que sucede”; um sentimento que surge depois de um encontro.
A simpatia é antes uma vivência do que uma ação: as pessoas a experimentam (muitas vezes de maneira para elas incompreensível) têm suas vontades arrastadas para a órbita de emoções e de sentimentos que aproximam essas duas pessoas, independentemente do fato de uma delas ter escolhido a outra como alvo do seu amor. A simpatia é um amor puramente afetivo em que a decisão voluntária e a escolha não entram ainda em jogo. [cf.(Wojtyla, 2020)]
Só a simpatia tem o poder de aproximar as pessoas de um tal modo que é capaz de ativar a sensibilidade de cada uma delas; introduz uma pessoa na órbita de outra pessoa e é capaz de fazê-la sentir sua personalidade inteira, isto é, viver na sua esfera, encontrando-a ao mesmo tempo na própria esfera.
Se, aliada à simpatia (amor em potencial), surgir “vontade” – uma decisão racional; uma escolha –, esse sentimento transformar-se-á em amizade: um sentimento do tipo “quero o bem para ti como quero para mim”.

Amizade

Ao contrário da simpatia, na amizade a vontade de ambos é decisiva; por força das coisas ou das circunstâncias compartilhadas, o teu Ego torna-se também meu Ego e, assim, ganhamos a condição de ‘compartilhar nossas vidas’.

Se, numa situação afetiva, houver um compromisso sério da vontade e esta se servir do sentimento gerado pela simpatia – o nosso-amor –, então surgirão as condições necessárias para o surgimento de um sentimento com um significado profundo e objetivo, a Amizade. Aqui, porém, a livre-escolha de um, do outro ou ambos, opta por não incluir a componente sexual.
Nascida no mesmo ambiente do Encontro, a Amizade contém os mesmos ingredientes do Amor e, portanto, a mesma estrutura moral: assim como um rio pode se dividir em dois braços que correm em calhas paralelas, porém distintas, da mesma forma entendemos ser possível o surgimento da amizade genuína entre um homem e uma mulher, como uma derivação dos amores nascentes de ambos, quando e se eles optarem – de comum acordo – por não incluir nos “nós” o elemento erótico e isso for satisfatório para ambos.
Tendo esse sentimento, por ter a mesma origem e componentes afetivos derivados do amor individual, terá, por conseguinte, o mesmo status quo do Amor.

Por isso, é possível concluir que pode existir amizade genuína entre um homem e uma mulher; ao contrário do dito popular que diz não ser possível amizade entre um homem e uma mulher: sendo resultante do Encontro, a Amizade comporta o amor de ambos, mas também contempla a escolha racional e compartilhada de não incluir a componente sexual.

§§§


 

Dirigindo sem rumo pela cidade,
Embevecido, ainda ouvia tua voz;
Sentia o peso do teu corpo sobre o meu;
Sentia o calor dos teus beijos na minha boca.
Ao som do teu “Não”, desperto, para a minha realidade:
No lugar das serenatas de amor debaixo da janela,
As buzinas da rua ;
No lugar das rosas vermelhas,
Os espinhos das vidas de cada um;
No lugar daquele teu olhar,
Aquela fotografia, abraçada às flores...

Empurrado pelo tempo até 17 de julho,
O Amor que, naquela tarde, sonhei ter vivido
Flutua errante na minha memória...
E, hoje, me faz velho,
Como uma folha amarelada pelo outono...
Mas quero que tu saibas, minha Querida,
Um dia me fizestes amar!

 

Dedico este artigo para Vanessa Plaza.
Em São Paulo, 06/04/2025
MRM

Obras Citadas

Amélio, A. (2001). O Mapa do Amor. São Paulo: Gente.
Aristóteles. (2007). Ética a Nicomano - Tradução de Edson Bini. São Paulo: Edipro.
Barros Fillho, C. d. (2017). Em Busca de Nós Mesmos. Porto Alegre: CDG.
Buber, M. (1974). Eu e Tu. São Paulo: Moraes.
Kant, I. (1785). Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70.
Maximino, M. (2023). Artigos Publicados. http://www.marcosmaximino.psc.br/marcosmaximino.asp.
Wojtyla, K. (2020). Amor & Responsabilidade. São Paulo: Cultor de Livros.


NOTAS

(1) A palavra querida já aparece nos primeiros textos em português arcaico, especialmente em poesia trovadoresca. Era usada para se referir à dama amada ou à mulher por quem o trovador nutria sentimentos. Contexto bem romântico e respeitoso, geralmente idealizando a figura feminina. ‘Querida’ é uma querida muito especial.

(2) A palavra presbiotrovador não é uma palavra comum no português padrão; é, na verdade, um neologismo que junta dois elementos: Vem do grego "presbys" (p??sß??), que significa "velho" ou "idoso" aglutinada ao  latim vulgar “tropator”, do verbo tropare, que significa “cantar ou compor versos”.

(3) Aqui estamos adotando a denominação do filósofo clássico Platão (427-347 a.C) em O BANQUETE: sair do primeiro nível do amor (físico) – regido por Afrodite Pandemia – para o terceiro nível (psicológico) – regido por Afrodite Urânia –, um nível já celestial.

(4) Para os evolucionistas, essa perfeição seria fruto da Seleção Natural das Espécies (Darwin 1809-1882); para os criacionistas, cada ser humano guarda e si uma centelha divina, a Graça Santificante, que foi dada por Deus-pai no ato da concepção.

(5) Ao contrário da Paixão – que é um fenômeno individual – o amor genuíno é fruto do encontro existencial que surge espontaneamente entre duas pessoas. (vide Maximino, 2023 – Aboxonado: 50% Bobo 50% Apaixonado)
Com certa ousadia intelectual, entendo esse Amor como  um caso particular do Encontro, um fenômeno existencial poeticamente definido por Jacob Levi Moreno (1889-1974): "Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face.
E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus;
E arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus;
Então ver-te-ei com os teus olhos
E tu ver-me-ás com os meus."

(6) Estamos aqui nos apropriando da terminologia de Martin Buber. (Buber, 1974)

(7) Amor tipo Eros: surge da atração imediata pelo parceiro; pode haver amor à primeira vista.

(7) Amor tipo Etorge: surge de uma amizade e pode demorar longo tempo para se desenvolver.

(8) Estamos falando dos impulsos responsáveis pela preservação da vida do indivíduo e também pela perpetuação da sua espécie. São, por óbvio, poderosíssimas!

 

Para referir: MAXIMINO, MR . Carta para Ana: os fundamentos do Amor e da Amizade . disponível em www.marcosmaximino.psc.br/marcosmaximino/acesso em dd/mm/aaaa.

Publicado em : 25/04/2025 ; atualizado em: 25/04/2025.

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